Da morte do filho à premiação: conheça a história de Diego Frohlich, vice-campeão do Bola de Ouro SH Esportes/Cresol

Diego e seu filho, Samuel

O esporte tem o poder de alegrar e transformar muitas vidas e a história de Diego Felipe Frohlich comprova isso. Após enfrentar a dor de enterrar o próprio filho, Samuel, com apenas um ano de idade no começo de 2022, Diego pôde encontrar no futebol - uma paixão que dividia com o filho - uma felicidade especial, conquistando o segundo lugar do Bola de Ouro SH Esportes/Cresol.

Diego e sua esposa Regina Vogel estavam vivendo um sonho. Em meio à espera do filho, uma gestação tranquila mas com alguns sustos. A cada ultrassom, o panorama mudava, ora pra melhor ora pra pior, mas nada que fosse capaz de impedir o nascimento de Samuel.

Com 08 meses, no dia 22 de Novembro de 2020 ele nasceu. Ainda que prematuro, o bebê era até maior do que o comum para esse período, mas na hora da pesagem os médicos notaram traços do que poderia ser síndrome de down. Após os exames, foi comprovado que o menino tinha a alteração genética. Apesar do choque, os pais ficaram tranquilos.

Segundo conta Diego, “ele era um menino muito especial, esperto, ativo, e todo mundo o amava”. Em seu primeiro aniversário, completando um ano de idade  Samuel estava radiante. Muito feliz e animado, nunca precisou ser levado ao hospital pois não adoecia. Além do mais, dormia tranquilamente suas noites de sono, de acordo com o pai, e gostava muito de assistir futebol e futsal. Inclusive, até torciam juntos para o mesmo time: o Internacional.



Há praticamente um ano, no dia 28 de dezembro de 2021, Samuel começou a se sentir mal. Diego e Regina o levaram até o médico, que examinou e não encontrou nada que poderia ser a causa do problema, a não ser os dentes que poderiam estar nascendo e incomodando o menino.

Passada a virada do ano, Samuel amanheceu sonolento, sem ânimo, o que não era normal para ele. Os pais novamente o levaram para o hospital e o menino precisou ser internado, recebendo soro mas sem melhora. Foi constatado então que a sua glicemia estava alta, ou seja, bastante açúcar presente no sangue. Enquanto o nível normal é inferior a 99 mg/dl, o menino já tinha mais de 300 mg/dl.

Após os médicos conseguirem controlar o nível, veio a febre, que apesar de todos os esforços não baixava. Já na madrugada do dia 02, o problema se agravou: parada cardíaca. Foram cinco na sequência, sem resposta, e quando aconteceu pela sexta vez o pequeno Samuel não resistiu. Até hoje Diego e Regina não compreendem a causa da morte, já que ele não tinha nenhum problema em seus órgãos. Mas, apesar do choque o pai “acredita que foi plano de Deus”.

Diego, com Samuel no colo e Regina segurando sua filha Natália

Não foi fácil o início de ano para Diego, mas ele e sua esposa, bem como toda a família, precisavam seguir em frente. E uma das formas foi praticando algo que ele sempre gostou muito: futebol. Após receber um convite, Frohlich disputou o Municipal de Suíço pelo Navegantes City, que acabou caindo ainda na primeira fase, mas para ele, o campeonato estava longe de acabar.

Ainda que o time não tenha ido bem, o retrospecto de Diego foi muito positivo, já que marcou quatro gols em quatro jogos disputados. Ele só não marcou na derrota para o Bailafut, jogo que aconteceu justamente no dia onde Samuel completaria 2 anos. A melhor parte estava reservada para mais tarde, ao fim do campeonato.

Na votação popular feita pelo SH Esportes, o Bola de Ouro, com parceria da Cresol, Diego foi o segundo mais votado e se emocionou com a conquista: “foi muito emocionante depois de passar por tudo isso e conseguir esse segundo lugar, é mais do que gratificante. Foi uma surpresa pra mim, já era sonho estar entre os dez. Não posso deixar também de agradecer à minha esposa e meus amigos e familiares, que me deram muita força”, contou Frohlich.



Não se pode diminuir jamais o tamanho do esporte na vida das pessoas, pois nele muitos encontram a saída para grandes problemas. Diego é mais um a encontrar a força no futebol, uma paixão que fez desse “paizão” um guerreiro para enfrentar a dor do luto e superar com muita fé. Samuel é uma luz que jamais será apagada e veio para ensinar o amor a quem o conheceu, porque também amou (até o futebol).

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