De volta para casa: retorno de Papão à Santa Helena tem lesão, título e nova ‘chance de ouro’

O ano era 1994. Fellipe Brayam nascia no dia 15 de fevereiro em São Miguel do Iguaçu, mas pouco tempo teve para formar raízes já que em seu primeiro ano de vida se mudou para Santa Helena com seus pais. Não demorou muito para a paixão pelo futebol vir à tona na vida do pequeno Fellipe, que hoje aos 29 anos, de volta à "sua terra", vive o sonho de infância vestindo a camisa do Santa Helena Futsal.


Desde os 4 anos, já sentia que essa era sua vocação pra vida e então começou a se aventurar nos gramados santa-helenenses. Porém, não obteve o sucesso que esperava na modalidade, o que não o fez desistir do sonho de ser jogador profissional mas, apenas, mudar de esporte: "depois dos meus 15 anos comecei a migrar para o Futsal, treinando e jogando competições e logo depois de um ano já participava de treinos com os adultos, como Fernandinho, Marciano, Maicon Kuhn, Edson Rech, Cleiton Mateus, foi ali onde tudo começou a clarear e se encaminhar", relata Fellipe.


Mas como todos sabem, não é assim que o jogador é conhecido. O seu apelido 'Papão' ganhou força desde a adolescência, onde surgiu através de amigos: "eu gostava de um pãozinho com margarina e melado, ia jogar bola sempre comendo pão caseiro e foi por isso que começaram a me chamar assim", conta. O menino Papão, ainda com seus 16 anos, recebeu a primeira oportunidade de disputar algo maior nas quadras. Um treinador que conhecia e treinava Cleiton Mateus pediu dois atletas de Santa helena para que integrassem o time de Medianeira em um torneio regional na cidade de Cascavel. 


A competição era sub-17 e Papão foi, junto com outros atletas da região, formar a equipe de Medianeira. Ao fim do torneio, Medianeira caiu nas semifinais, porém o santa-helenense foi o artilheiro do time com 6 gols em quatro jogos. Com o destaque, Papão logo foi chamado a jogar definitivamente pelo clube, foi quando então se mudou novamente, para começar a defender as cores da sua nova cidade disputando competições regionais e estaduais. As portas então se abriram para o pivô, que tem passagens marcantes por equipes profissionais de futsal.


Ainda menino, no ano de 2013 foi campeão estadual com o Foz Cataratas na categoria sub-20. Em 2015, ainda com a camisa do Azulão das Três Fronteiras, disputou a Série Ouro, elite do futsal paranaense, onde na oportunidade ficou com a terceira colocação. Sua conquista mais recente antes de voltar para Santa Helena é com o Dois Vizinhos, quando garantiu o acesso da Prata para a Ouro no ano de 2018.


Ano da pandemia, 2020. Papão foi vestir as cores do São Miguel Futsal, o Amarelinho do Oeste, terra onde nasceu, para mais uma vez buscar um acesso à Ouro. O acesso não veio mas passou perto, já que a equipe caiu nas semifinais. Paralelo a isso, o Santa Helena Futsal começava o seu projeto na Série Bronze, buscando retomar a modalidade que no passado já havia se destacado em cenário estadual. Papão soube do projeto: “Eu sempre gostei de representar meu município nas competições e quando soube no primeiro ano do projeto em 2020 fiquei muito feliz por estarem buscando um espaço no cenário do futsal paranaense”.


O primeiro ano do Santa Helena Futsal não foi ruim, mas a equipe caiu no primeiro playoff. Sob o comando de Ideval Teixeira, a equipe foi eliminada para o São Lucas. No ano seguinte, troca de comando. Cidrão assumiu o time e então, apareceu uma oportunidade para Papão enfim jogar profissionalmente por sua cidade: “Em 2021, na continuação do projeto e mais estabilizado vi a chance de perto aparecer, conversei com o presidente Carlinhos que conversou com o professor Cidrão, fizeram o esforço pra eu estar no projeto e deu certo. Só que eu ainda estava voltando de uma lesão grave”, conta Papão.


No primeiro ano, o pivô sofreu uma lesão dupla na panturrilha. Rompeu o sóleo, estirou o gastrocnemionão conseguiu estar 100% fisicamente apesar de todo o esforço e o SH Futsal caiu nas quartas para o Jardim Alegre, ficando a um passo da Prata. Já no ano passado, com toda a pré temporada, as coisas mudaram. Papão se recuperou e foi essencial no título da Bronze e na campanha na Copa Paraná. Muitos reforços chegaram e agora, em sua terceira temporada, o time elevou o patamar: “me sinto realizado com o título estadual (Bronze), mas não acomodado. Quero mais um acesso e o título dessa Prata”, revela o atleta.


Esse pode ser o segundo acesso à Ouro da carreira de Papão, que diz que o time está focado: “tenho certeza que chegamos em um patamar onde Santa Helena é respeitada em qualquer lugar que joga, por tudo que construímos até aqui. Fico feliz em fazer parte disso, nós estamos focados em colocar a equipe e a cidade no mais alto patamar do futsal paranaense”.


Para isso, o Santa Helena Futsal encara o Missal neste sábado (21) na Vila Rica às 20h. Papão está confirmado pro jogo que terá transmissão do Xeretando no YouTube. A partida é válida pelas quartas de final, onde na ida Santa Helena venceu por 1x3 fora de casa, com um gol de Papão inclusive. Se houver empate, dá Santa Helena. Se Missal vencer no tempo normal, o empate na prorrogação é do Santa Helena por ter melhor campanha.


Papão em ação pelo Santa Helena Futsal em 2023


Campeão Paranaense sub-20 pelo Foz Cataratas

ASIF - Irubá/RS 

Galo - Dois Vizinhos

Aymoré - Matelândia

Seleção Brasileira AMF